BOLETIM INFORMATIVO
Parque Nacional de Brasíla (Água Mineral)
Ano I, Edição nº 1, setembro-outubro/2012, Gama-DF
O Parque Nacional de Brasília (PNB), mais conhecido com Água Mineral, é uma Unidade de
Conservação de proteção integral em área urbana pressionada pelo forte
adensamento urbano da capital federal brasileira. Seu entorno sofreu ao longo
dos anos uma ocupação desordenada, provocada pelo parcelamento irregular de
terras públicas e privadas, invasões e construção de rodovias. A análise
espaço-temporal deste fenômeno pode ser feita através do geoprocessamento com o
uso de imagens de satélite de épocas diferentes, classificadas em grupos de
usos, relacionando o processo sócio-espacial de origem política, fundiária,
ambiental e patrimonial ao fenômeno de transformação espaço-temporal do bioma
Cerrado concretizado. Uma vez que uma das finalidades de uma área protegida é
manter a biodiversidade do bioma local, esta pressão em seu entorno provoca o
isolamento da fauna e da flora, comprometendo o trânsito gênico e a
sobrevivência de várias espécies.
Durante o ciclo do ouro, as
extrações feitas na região de Pirenópolis, em Goiás, eram transportadas para o litoral da Bahia passando pela região onde hoje se situa o
parque. Lá, havia a "contagem", que deu nome à chapada existente no local.
A criação do parque, em 29 de novembro de 1961, está diretamente
relacionada com a construção de Brasília. Acordo
com o Ministério da Agricultura permitiu à Novacap manter um viveiro destinado à arborização da
nova capital, em parte da área do futuro parque. A principal atração do local
são as piscinas formadas
a partir dos poços d’água, surgidos às margens do Córrego Acampamento pela
extração de areia feita
antes da criação de Brasília.
O parque dispõe de duas trilhas na
área interna, a da Capivara, com duração de cerca de 20 minutos, e a do Cristal
Água, com duração de cerca de 1 hora. Ele constitui-se em um parque urbano de
visitação expressiva ao longo do ano. A Unidade de Conservação surgiu da
necessidade de se proteger os rios fornecedores de água potável à Capital
Federal e de manter a vegetação em estado natural. Os objetivos que levaram as
autoridades da época a instituí-lo foram o parque contribuir para o equilíbrio
das condições climáticas e evitar a erosão dos solos no Distrito Federal.
O Parque protege ecossistemas típicos de cerrado
do Planalto Central e abriga as bacias dos córregos formadores da represa Santa
Maria, que é responsável por 25% da água que abastece a capital federal.
Diversos tipos de vegetação compõem a área do
Parque, como: a mata de galeria pantanosa, mata de galeria não pantanosa,
vereda, cerrado, cerradão, mata seca, campo sujo, campo limpo, campo rupestre,
campo úmido e campo de murundus.
A fauna é abundante e diversificada, composta
por espécies raras ou ameaçadas de extinção, como: lobo-guará, tatu-canastra, tamanduá-bandeira,
jaguatirica, ouriço-caixeiro, espécies endêmicas: pequeno roedor,
gralha-do-campo, papagaio-galego e várias outras espécies não ameaçadas de
mamíferos, aves, répteis, anfíbios, peixes, e ainda outros grupos pouco
estudados, como moluscos, crustáceos, insetos e pequenos organismos invisíveis
a olho nu.
O Parque é uma das principais opções da região
para se conhecer os valores naturais do Cerrado e realizar práticas
recreativas. Conta com duas piscinas de água corrente, trilhas interpretativas
e Centro de Visitantes.
Informações sobre o
Parque Nacional de Brasília
A
área do Parque Nacional de Brasília possui mais de 30 mil hectares de extensão,
tem duas piscinas naturais e duas trilhas leves: a do Cristal Água (aprox.
50min) e a trilha da Capivara (aprox. 20min.). A caminhada é ideal para
conhecer a vegetação nativa, ver as flores multicoloridas e escutar o canto dos
pássaros. No local há estrutura de banheiros e quiosques de alimentação.
Trilha da Capivara
Características da trilha: circuito de 1,3 km, tempo
aproximado de caminhada 40 minutos, baixo grau de dificuldade.
Os principais atrativos são: observar os ambientes de mata de
galeria e cerrado; caminhar em ambiente agradável sombreado por árvores;
observar aves; escutar os cantos das
aves, o som do vento batendo nas folhas e o burburinho da água.
O Parque funciona todos os dias das 8h às 16h.
Endereço: Via EPIA
BR 040, 9 km - Setor Militar Urbano- Brasília DF.
Tel. (61) 32336897 e (61) 32343680
Ingressos
Conforme Portaria do ICMBio nº 2/2010, o
Parque Nacional de Brasília apresenta ingressos para o público em geral e para
o desconto Brasil.
Ingresso - Público em geral - R$ 13,00
Desconto Brasil (50%) - R$ 6,50
Ingresso - Público em geral - R$ 13,00
Desconto Brasil (50%) - R$ 6,50
Crianças até 8 anos não pagam entrada.
Estacionamento: gratuito, diariamente, de 8h às 17h.
Orientações aos visitantes
·
Ande somente na trilha.
·
Use sempre um calçado.
·
Respeite os animais, não os alimente e nem se
aproxime.
·
Deixe cada coisa no seu lugar, não arranque planta
ou flores, nem escreva nos troncos das árvores.
·
Traga de volta o seu lixo.
·
Respeite os demais visitantes e evite fazer
muitos ruídos.
·
Percorra a trilha em pequenos grupos, assim você
poderá observar melhor a natureza.
No
parque é proibida a entrada de bebidas alcoólicas e barracas, por esse motivo
as bolsas e sacolas dos visitantes são revistadas na portaria.
Não
se pode entrar nas piscinas com roupas inadequadas, só com trajes de banho
(biquíni, maiôs e sungas).
Fauna
O PNB apresenta
uma riqueza de habitat, ocasionando uma abundante diversidade de fauna. É
importante na condição de corredor ecológico para as espécies da região. Abrigo seguro de grande número de animais do
Cerrado, o Parque preserva alguns mamíferos ameaçados de extinção, como o
lobo-guará, veado-campeiro, tatu-canastra, tatu-bola e tamanduá-bandeira.
Entre os nãos ameaçados de extinção encontram-se o sagui, tapete,
cachorro-do-mato, coati e capivara.
Nos rios não há peixes de grande porte. Em compensação, entre as aves,
pode-se facilmente observar a ema, além de seriema e tucano.
Agora iremos falar um
pouco de duas espécies do Parque Nacional de Brasília.
Lobo–Guará
– É o maior canídeo da América do Sul, sendo
encontrado desde o sul da Amazônia até o Uruguai, excetuando-se o litoral, os
picos de altitude e a Mata Atlântica. É canídeo, da família do cachorro, do
cachorro-do-mato, do coiote, do chacal, da raposa e do lobo europeu,
estadunidense e canadense, o Canis lupus. A fêmea mede 90 cm e o macho, 95
cm, aproximadamente. E da ponta do focinho até a ponta do rabo 1,45m.
A sua pelagem característica é
avermelhada por todo o corpo, exceto no pescoço, lombo, patas e ponta da cauda,
que são de cor preta, podendo as pontas da cauda, das orelhas e do papo serem
da cor branca. Ao contrário dos lobos, esta espécie não forma alcateias e tem
hábitos solitários, juntando-se apenas em casais durante a época de reprodução.
Tamanduá–Bandeira
-
Habita grandes variedades de ambientes, desde florestas
tropicais chuvosas até ambientes savânicos e campos abertos, sendo mais comuns
nestes últimos como campos e florestas. Possui pelagem cinza com uma diagonal
preta bordejada de branco, estendendo-se até o peito, sobre os ombros em
direção às costas. O adulto pesa aproximadamente 16 a 23kg. A enorme cauda é um tufo de pelos.
Tem as patas providas de longas garras e sua língua mede de 30 a 40 cm, que
serve para capturar seu alimento.
O tamanduá-bandeira se alimenta de formigas e
cupins (ovos, lagartas e adultos). É uma espécie que
não possui estação de acasalamento, se reproduzindo durante o ano todo, tendo
vários partos ao longo do ano. Foi verificado que a gestação dura cerca de 184
dias . As fêmeas dão a luz a um filhote de cada vez, que fica com ela até ela
ficar grávida novamente. Alcançam a maturidade sexual entre 2,5 - 4 anos de
idade.
Esse animal costuma forragear em campos na bordas de
lagoas e pastagens, sendo que muito pouco dessa atividade é realizada dentro de
florestas e ambientes mais fechados .
Flora
O Parque
é uma área de preservação de amostras típicas do ecossistema Cerrado do
Planalto Central, com mais de 700 espécies de plantas nativas.
A vegetação
predominante é caracterizada pela enorme diversidade florística tanto no
estrato arbóreo quanto no rasteiro. São observadas outras formações como as
Matas de Galeria Pantanosa e não Pantanosa, Brejos, Veredas e Campo Úmido,
Campo Rupestre e Campo de Murundus.
Essa vegetação
obedece a três tipologias: campo, cerrado propriamente dito e mata ciliar. Nos
campos há a predominância de gramíneas e ausência de estrato superior. No cerrado
predominam árvores e arbustos de porte reduzido, como o pequi, jacarandá do
mato e pau-santo. E, ao longo dos rios e riachos, onde as condições de solo e
umidade são mais favoráveis, ocorrem as matas ciliares. Aí se desenvolvem
espécies como o pau-pombo, copaíba, peroba e o majestoso buriti, que marca a
transição para o campo.
Vereda:
É
uma vegetação caracterizada pela presença do buriti, palmeira que ocorre em
meio a agrupamentos de espécies arbustivo-herbáceas. São encontradas sobre solos heteromórficos e
circundadas por campos limpos, geralmente úmidos.
Campo
sujo: É
uma área herbáceo-arbustiva com arbustos e subarbustos espaçados entre si.
Estabelece- se sobre solos rasos que podem apresentar pequenos afloramentos
rochosos ou solo mais profundos, mas pouco férteis.
Campo
limpo: Tipo
de fisionomia herbácea, com poucos arbustos e nenhuma árvore. É comumente
encontradas junto às veredas, olhos d´água e em encostas e chapadas.
Cerradão:
É
uma mata mais rala, em que árvores chegam a no máximo 15m de altura. A
luminosidade que chega ao solo favorece a formação de arbustos e gramíneas. É
composta por espécies do cerrado sentido restrito, da mata de galeria e da mata
de galeria e da mata seca. Os solos são profundos, ligeiramente ácidos e bem drenados.
Publicação especial do Projeto “Educação
Ambiental nas Aulas de Língua Portuguesa”, 3ª série do Ensino Médio, turma
A, CED 08, Gama-DF.
Pesquisadores: Lucas, Géssica, Brenda, Thalita, Gledson, Victor,
Patrícia, Shamim, Vinícius, Antônio, Gabriela, Isabella, Sara, Bárbara e
Rebeca.
Mapa, fotos e ilustrações: Gian, Yuri, Luís e Wenerson.
Diagramadores: Ygor, José Ricardo, André e Alex.
Professoras responsáveis: Eufrázia Rosa e Rosário Ribeiro.
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